12 de jul. de 2013

Os clamores da rua em um país democrático!



A frase "O Brasil não é um país sério", é tradicionalmente atribuída ao presidente francês Charles De Gaulle. Mas, também é atribuída ao embaixador do Brasil na França, durante uma crise entre os dois países, nos anos 60, que ficou conhecida como a Guerra da Lagosta, com a inabilidade do
governo brasileiro de não saber tratar o assunto. (Wikipédia)

Seja quem foi que proferiu essa frase, fica patente que o Brasil pouco avançou nos últimos 10 anos em sua inação em face de situações conflituosas. E não me refiro a contenciosos internacionais, como agora, temos a questão da espionagem americana em terra brasileira. E nesse contexto, querem enganar a quem... Somos sabedores que desde há muitos o governo norte-americano (EUA) tem observado o mundo, e entrincheirado o Brasil através das fronteiras da cobiçada Amazônia. Por que não dizer, muitos cientistas políticos e analistas econômicos consideram o Brasil como vassalo, outros colônia, outros como refém econômico dos EUA.

Mas, essa matéria de espionagem dos Estados Unidos em terras brasileiras vem, segundo analistas, para tirar o foco dos graves problemas políticos, sociais, econômicos e financeiros que perpassam os nacionais brasileiros e foram alvo dos clamores do povo, nas últimas manifestações. Como disse Jô Soares, era só um espirrar, alguém dizia: Saúde! Era bastante para aparecer outros gritando: Educação, Segurança, melhores Transportes!!!


O Clamor das Ruas atordoaram os governantes brasileiros que estavam “deitados em berço esplêndido” e jamais esperavam por uma reação silenciosa e contagiante. O Governo Federal, principalmente, está completamente estonteado. Medidas estão sendo tomadas, no fragor da batalha, sem sustentabilidade jurídica e política. O povo deu um grito de guerra e assustou políticos e governantes com as pautas vindas de assembleias campais, estampadas em faixas, cartazes, camisas e rostos. A reivindicação era o básico de uma nova democracia: EDUCAÇÃO, SAÚDE, MORADIA, SEGURANÇA, TRANSPORTE DIGNO, EMPREGO, ETC.

Quando se fala em democracia no Brasil, a que se entender toda a história que enfronha o assunto. O Brasil já teve império, ditadura civil e ditadura militar, e República. Mas, a propósito, me pergunto nessas horas por que a denominação institucional do Brasil não é REPUBLICA DEMOCRÁTICA FEDERATIVA DO BRASIL?

Assim, o povo pede uma democracia mais republicana, isto é, o devido respeito com a administração da coisa pública, transparência com os atos de governo e sinceridade na comunicação, sem tapeação!!! O que vemos estampado vergonhosamente, saltando aos nossos olhos: a corrupção, a malversação do dinheiro público, os desmandos administrativos entre outras tantas formas de falta de políticas públicas, tem elevado mais ainda esse status de um país que não é sério. E as empresas privadas prestadoras de serviços para a Administração Pública que, excepcionalmente, se locupletam das vantagens dos serviços e erário públicos.

O Brasil é um país de grandiosas riquezas: econômicas, minerais, territoriais, etc. Falta administração pública, constitucionalmente, eficiente. Claro, que temos muita gente lá dentro que são coerentes e competentes. O jogo político-partidário é o que estraga: as benesses, os atalhos e o toma lá da cá.
E as bolsas-assistenciais. Um renomado cientista político disse, recentemente, em entrevista que os planos assistencialistas do Brasil devem existir no mesmo plano em que o governo deve criar garantia de volta ao mercado de trabalho àquele assistido, sem precisar mais das "bolsas-assistenciais". Ocorre que no Brasil assistencialismo público quer dizer paternalismo, sempre usados pelos caudilhos e ditadores para manter o seu país pobre e necessitado deles, para se perpetuarem no governo.

Certa vez, no início da faculdade, a professora de Direito Administrativo, pediu a classe que fizesse um desenho qualquer de como víamos em nossa mente a Administração Pública. Bem... Fiz dois trens desgovernados, nos mesmos trilhos, prontos a se entrechocarem. Um representando o Povo e outro a Administração Pública. A professora disse que depois das aulas veríamos a AP sob uma nova ótica. Certamente, ela estava certa. Aprendemos muitas coisas sobre a Administração Pública. Contudo, a meu ver, os trens continuam desgovernados...

Concluo dizendo que, como cidadão digo que o Brasil tem jeito! Como diz um hino cristão antigo: “Meu Brasil, grande nação, pátria sublime...” Para isso tem que se mudar o conceito de cidadania. Mudar a consciência do povo na hora do voto, a começar por mim.

Como CIDADÃO DOS CÉUS tenho que ter a consciência de orar pelo meu país e pelos seus governantes, “para que tenhamos dias melhores”. (Pr. Ezequiel da Silva)