4 de jul. de 2012

ÉTICA VERSUS EDUCAÇÃO


ÉTICA VERSUS EDUCAÇÃO (Pr. Ezequiel da Silva)

"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele." Provérbios 22.6

Ética, em resumo, é o conjunto de normas que regem o comportamento e a conduta humanos, baseado no caráter do homem. Tem gente que confunde ética com educação. No sentido de boas maneiras, em geral, diz-se daquela pessoa que é bem-educada. Os valores definidos pela Ética (Ethos) são as simples perguntas para as coisas da vida: QUERO? POSSO? DEVO? Nem tudo o que quero, posso ter ou fazer. As coisas que posso nem tudo devo ter ou fazer. Aquilo que devo fazer não posso ou não quero ter ou fazer. Regra simples com base na assertiva paulina: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma." (1Co 6.12). Como os valores humanos estão invertidos, no mundo secularizado e a verdade é relativa, as pessoas estão se acostumando a viver num mundo sem ética, i.e, sem caráter e em nome da tal liberdade, fazem-se o que quer e vivem como desejam.

Logo, a sensação de utilização das boas maneiras (Étiquette, Fr.) vai se esvaindo do conceito humano, por exemplo: gentilezas, cumprimentos de bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, obrigado, abraços fraternos. Estas coisas vem de berço, a família é quem deve que implantar nos filhos tais costumes, tendo os pais como exemplo. Hoje, se foi o conceito de se pedir a bênção do pai ou da mãe. A garotada "embrutecida"pelos valores desconexos da sociedade atual, da correria de seus pais, do diálogo digital, quando sai de casa diz: FFUUUIII... E quando retorna ao lar-doce-lar, manda um: CCHEGUUEEIII,  e logo se enrosca no PC para um bate-papo com a galera das redes sociais. À noite cai rapidamente e os jovens falam:

_ vamos cair na curtição: baladas, forrós, altas doses de ingestão de bebidas alcoólica (alguns chegam ao coma alcoólico), drogas, sexo, ficar... A propósito o termo é "pegação" (antes era ficar).

Contudo, tanto a ética quanto as boas maneiras (mores) estão sendo negligenciadas pela família, que por consequência transfere para a Escola ou Igreja a responsabilidade de educar o caráter da moçada. Entretanto, o Estado é falho na educação básica e mesmo com todos os esforços dos profissionais, existe um limite, uma linha tênue entre querer e poder. Foi o tempo em a escola tinha inserida em seu plano de curso disciplinas de civismo, estudo religioso, orientação para a vida, moral e cívica, etc. Hoje, pelo contrário, a escola adota se quiser e a maioria não tem. Por sua vez, a igreja (num contexto genérico) procura aplicar o bom caráter, a ideia de boa convivência, os valores positivos, os altos ideais materiais, físicos e sobretudo espirituais através das EBD's, das EBF's, nos retiros, nos encontros e outros eventos de caráter didático.

Mas, ninguém pode tirar da família o direito de instrução e correção (orientação para a vida e disciplina justa); como dizia os antigos “pé de galinha nunca matou pintinho”. A Bíblia diz ensina a criança o CAMINHO em que deve andar... CAMINHO no contexto hebraico, não era só o espiritual, também social, educacional, cultural. Os pais deveriam ensinar aos seus filhos o bom caráter, ser um homem trabalhador, responsável, querer possuir as coisas pelos meios lícitos, às filhas a educação de uma boa esposa, boa mãe, honesta, responsável igualmente, trabalhadora, etc. Além de aplicar valores espirituais, cuja centelha está acesa desde a eternidade no coração do ser humano. (Ec 3.11)

A falta dessa instrução tem sido a derrocada de muitos lares. Tem levado à separação de pais, tem conduzido à filhos se tornando pais solteiros prematuros, à filhas se tornando mães solteiras na tenra idade da adolescência ou inicio da juventude. Namoros que, "se não for no quarto não serve." E isso com a condescendência dos pais. Quando saí a noite com o (a) namorado (a) não se impõe limites nem da parte dos pais nem da parte dos pombinhos. Ah, são jovens..., dizem os pais, é assim mesmo...

Em tudo isso, percebo que continuamos como os "três macaquinhos": nada vejo, nada falo e nada ouço. É o nosso indiferentismo diante do quadro. Mais ainda, é a nossa fraqueza de ter cedido mais do que devia. Não ter puxado a corda na hora certa. E continuamos com a nossa sina adâmica de transferir a responsabilidade (Gn 3.12) e não assumir o nosso papel. 

Não é preciso de leis para dirigir a família, é preciso de família que cumpre a lei moral (a Ética ou melhor a Ética Bíblica). Quando cumprirmos a lei moral seremos melhor educados, teremos boas maneiras e trilharemos um caminho sobremodo excelente!